Quanto maior o nível de escolaridade de um profissional, mais alto é o seu salário. Segundo o professor Antônio Freitas, membro do Conselho Nacional de Educação no MEC, cada ano estudado aumenta em média 15% a remuneração de um trabalhador. E, quando se trata de ensino superior e especialização, o ganho é ainda maior, podendo chegar a um patamar de até 1.000% de valorização do salário.
– O Brasil paga um grande prêmio para educação. Para os 12 primeiros anos de estudo, há um ganho lento, mas depois começa a diferenciação, pois apenas 13% das pessoas chegam ao nível superior. Quem tem MBA, mestrado, agrega 1000% ao seu salário em relação a quem tem apenas 12 anos de estudo – explica o professor.
Com vista nesta realidade, o jovem brasileiro tem se esforçado cada vez mais para buscar qualificação dentro das universidades. De acordo com o Censo da Educação Superior 2010, houve, nos últimos 10 anos, um crescimento de 110% no número de matrículas de estudantes em instituições de ensino superior. Estudos mostram que este “boom” está associado, em parte, ao surgimento recente de uma nova esfera social.
– O Plano Real, em 1995, trouxe a estabilidade econômica. De lá para cá, tivemos aumentos sucessivos nos níveis de renda, fazendo emergir uma nova classe média (classe C) com voracidade para consumir, o que não era possível anteriormente. Essa voracidade que mostra a carência de mais de duas décadas com consumo reduzido veio com o aumento pela demanda de cursos superiores. O resultado mais imediato é a alta correlação com os níveis salariais. Ou seja: mais educação é garantia de salário mais alto – explica Tânia Petersen Corrêa, diretora da FCPERJ, da Universidade Candido Mendes.
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