sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A valsa de formatura





Embora conhecida desde o século XV, quando surgiu na Alemanha, a valsa só seria aprovada na Europa no início do século XIX, quando se expandiu como uma das danças de salão mais apreciadas no mundo ocidental. Foi por essa época (1808) que a família real portuguesa a trouxe para o Brasil. Gênero ternário, o primeiro a ser dançado por pares enlaçados, a valsa adquiriu formas distintas ao adaptar-se ao gosto dos países que a importaram. Assim aconteceu no Brasil, onde está presente em todos os níveis musicais, do folclórico ao erudito, destacando-se principalmente no popular.
A mais antiga notícia que se tem de valsas brasileiras encontra-se no diário de Sigismund Neukomm, músico austríaco que viveu no Rio de Janeiro entre 1816 e 1821. Lá, nos dias 6 e 16/11/1816, estão registrados a realização de uma fantasia sobre uma pequena valsa e os arranjos para orquestra, com trios, de outras seis compostas por S.A.R., o príncipe Dom Pedro. Pertenceria assim a Sua Alteza Real, o então jovem príncipe, depois Imperador Pedro I, a primazia da autoria de valsas no Brasil.
Embora viesse a se tornar um dos gêneros mais difundidos, a valsa só começou a se firmar entre nós na segunda metade do século XIX, a princípio como composição instrumental e depois, já na virada do século XX, como canção. A partir de então consolidou-se como forma preferida de música romântica, hegemonia que só veio a perder no final da década de 1940 para o samba-canção. Seu prestígio chegou a influenciar a própria modinha, que acabou adotando o padrão três-por-quatro. Fizeram valsas no século XIX compositores como Salvador Fábregas, Francisco Libânio Colás, João Batista Cimbres, Antônio dos Santos Bocot, o erudito Carlos Gomes e os grandes Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Anacleto de Medeiros.
No século XX, a valsa está presente na obra de quase todos os nossos compositores, diversificada nos mais variados estilos. Comprova ainda a força do gênero a existência de um período, entre 1935 e 1942, auge da popularidade dos cantores Orlando Silva, Silvio Caldas e Francisco Alves, em que dezenas de valsas se consagraram como clássicos de nossa música popular: Lábios que Beijei (J.Cascata e Leonel Azevedo), Rosa (Pixinguinha e Otávio de Souza), Deusa da Minha Rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj), Velho Realejo (Custódio Mesquita e Sadi Cabral), Canta Maria (Ary Barroso), Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Matoso)...
Finalmente, com o crescimento do samba-canção e, em seguida, a chegada da bossa nova, a valsa perdeu terreno, figurando esporadicamente na produção de nossos compositores.


Fonte:


· http://www.cliquemusic.com.br/



· http://www.toformando.com/revista.php?ac=mostrar&revista_cod=5&pagina_cod=27

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