sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Enem 2012: UFF terá cota extra para escolas municipais e estaduais


 A UFF vai reservar, no vestibular deste ano, 10% do total de vagas a estudantes que cursaram o ensino médio em escolas municipais e estaduais, com renda familiar per capita de até um um salário mínimo e meio. A instituição também vai cumprir a Lei de Cotas com a separação de 12,5% das vagas, segundo anunciou o reitor Roberto de Souza Salles durante uma coletiva de imprensa nesta sexta. Ele também adiantou que, em 2013, o processo seletivo voltará a ter uma segunda fase, com provas específicas. O objetivo da UFF é ter mais controle sobre os critérios para o ingresso dos calouros.

Ainda não há definições sobre como se dará a ocupação das vagas exclusivas para as redes municipais e estaduais. Mas a expectativa é que isso já esteja estabelecido até a publicação do edital do vestibular 2013, prevista para meados de novembro.

O reitor, que chegou a afirmar que a UFF não cumpriria o decreto, desta vez, disse não haver como contestá-lo, diante da regulamentação. Entretanto, não deixou de reiterar sua insatisfação com a norma, a qual considera um “retrocesso”.

— A lei classifica como públicos colégios federais, como o Pedro II, além de colégios militares, escolas técnicas e colégios de aplicações. Todo mundo sabe que, nesses sistemas, os alunos são bem preparados como nas melhores escolas privadas. Então, que chance terão os candidatos formados nos estados e nos municípios com esse ensino básico que temos no país? Na verdade, criou-se uma dificuldade maior para esses estudantes entrarem nas universidades.
Salles também reclamou da falta de estrutura e recursos para que a Lei de Cotas seja cumprida. Na opinião dele, seria necessário, por exemplo, que o orçamento disponibilizado pelo de Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) fosse de, pelo menos, R$ 35 milhões, para que a instituição tivesse condições de oferecer a infraestrutura necessária para atender aos alunos ingressantes pelas cotas. O último repasse foi de R$ 25 milhões.
— O grande desafio não é apenas a entrada do aluno, mas como ele será mantido na universidade — pontuou, referindo-se a serviços como assistência social, auxílio transporte, moradia, bolsas e refeições.

Também foram feitas críticas à falta de clareza nos critérios de seleção estabelecidos pela lei federal, já que o texto não define formas concretas de comprovação de renda por parte daqueles que entrarem pelas cotas. Além disso, caso isso fique a cargo da universidade, a UFF teme que o prazo seja curto, já que as matriculas são feitas poucos dias após a divulgação dos resultados do Sisu.

Em relação à volta das provas específicas para o vestibular 2014, Salles disse que as discussões ainda estão em estágios iniciais, mas há uma demanda para que sejam feitas provas dissertativas específicas para cada área de atuação. A primeira fase seguirá pelo Enem.
— Percebemos que há uma insatisfação por parte do nossos coordenadores. Acho que temos que ter uma seleção nossa, para chegarmos ao padrão do aluno que queremos. Buscamos a inclusão sim, mas dentro de um patamar mínimo.

O próximo processo seletivo permanece integralmente pelo Sisu.



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